
Não gosto de fazer deste blog um diário da minha vida pessoal, quando o criei a idéia era publicar receitas, mas hoje irei fugir à regra.
Os últimos dias têm sido muito tristes pra mim e minha família. Ontem, dia 26, perdi meu avô José, que padecia de uma terrível doença respiratória chamada fibrose pulmonar. Será tudo tão diferente agora, já que pelo menos há dois anos, quase tudo aqui em casa era como que pensado a se adaptar às necessidades dele, seja a comida com menos sal, os legumes ou o arroz mais cozidos, o café que aprendi a fazer quase todas as manhãs, mesmo sem gostar de tomar café ou as sopas e cremes, que faziamos quando ele já não conseguia mais comer comida sólida.
Sei que já não é mais possível, mas se eu pudesse falar com ele mais uma vez, diria que ele foi o melhor avô e que sentirei muito a falta dele. Mesmo com dor, sinto um alívio em saber que ele já não está mais sofrendo, isso me conforta um pouco. Aos poucos a dor irá se transformar numa saudade boa, saudade de conversar com ele sobre quando ele morava no interior, ou até mesmo de quando ele era rabugento e falava que eu devia fazer determinada coisa de um jeito e não como eu estava fazendo, mesmo que o resultado fosse o mesmo.
Hoje depois do enterro, quando eu voltava pra casa, olhei para o céu, estava cinza, lúgubre, como se também estivesse de luto, como eu me sinto agora.